Em “Recomendações de adubação e calagem,” (Boletim Técnico 100 – IAC), no capítulo 15-4 sobre café, encontramos na p. 99 um quadro de recomendação e orientação da adubação mineral do café em produção, em função da analise foliar do N (nitrogênio) e do resultado da analise do solo para o fósforo (P), o potássio (K), tendo em vista a estimativa da produção esperada. Dada a importância destas informações, para se alcançar alta produtividade de nossa cafeicultura, transcrevemos as tabelas do quadro, em anexo, pois serve de base na orientação da adubação, para a cafeicultura nacional.
Assim reproduzimos abaixo;
“Adubação mineral de produção; Aplicar os adubos minerais, a partir do 3º ano agrícola (2º ano após o plantio), em função do teor de N nas folhas, dos teores de P, K, B, Mn e Zn, revelados pela análise de solo e da produtividade esperada, de acordo com as tabelas seguintes;
Produtividade Esperada (1) |
Teor de N nas folhas, g/kg | P resina, mg/dm³ | K+ trocável, mmolc/dm³ | ||||||||
-26 | 26-30 | +30 | 0-5 | 6-12 | 13-30 | +30 | 0-07 | 0,8-1,5 | 1,6-3,0 | +3,0 | |
kg/ha | N, kg/ha | P2 O5, kg,ha | K2O, kg/ha | ||||||||
0-600 | 150 | 100 | 50 | 40 | 20 | 20 | 0 | 150 | 100 | 50 | 20 |
600-1200 | 180 | 120 | 70 | 50 | 30 | 20 | 0 | 180 | 120 | 70 | 30 |
1200-1800 | 210 | 140 | 90 | 60 | 40 | 20 | 0 | 210 | 140 | 90 | 40 |
1800-2400 | 240 | 160 | 110 | 70 | 50 | 30 | 0 | 240 | 160 | 110 | 50 |
2400-3600 | 300 | 200 | 140 | 80 | 60 | 40 | 20 | 300 | 200 | 140 | 80 |
3600-4800 | 360 | 250 | 170 | 90 | 70 | 50 | 30 | 360 | 250 | 170 | 100 |
+4.800 | 450 | 300 | 200 | 100 | 80 | 60 | 40 | 450 | 300 | 200 | 120 |
(1) Café beneficiado.
Acrescentar S (enxofre) à adubação, na base de aproximadamente 1/8 do N (nitrogênio) aplicado. Essa adubação pode ser dispensada se a análise de solo revelar teores no solo acima de 10 mg/dm³ de S.” (Recomendações de adubação e calagem, p.99)
A concentração do adubo; é a soma de unidades N-P-K existentes em 100 kg.. É considerado de alta concentração o que contêm mais de 40 unidades em 100 kg. O adubo composto de alta concentração corresponde a mistura de adubos simples com elevado teor do elemento principal, como; ureia =45% de N; superfosfato concentrado ou hiperfosfato = 40% de P2 05; cloreto de potássio = 65% de k20. Exemplo; 20-10-20 = 50 unidades As fracas dosagens são como exemplo 10-05-10 =25 kg de N-P-K em 100 kg da mistura do adubo composto, que somente se obtém com os fertilizantes simples de baixa concentração dos elementos principais que cada um fornece, como; sulfato de amônia = 20% de N; superfostato de cálcio ou superfosfato simples = 20% de P205; sulfato de potássio = 50% de K2 0.
Uma regra, norma ou lei para aplicação dos fertilizantes; quanto mais concentrada a formula, menor volume aplicado por área; quanto mais adensada a lavoura, menor será a quantidade por cafeeiro; quanto maior for a estimativa da produção, maior será a quantidade de fertilizantes por hectare e por cafeeiro. Por exemplo, supondo uma recomendação de N-P-K = 120 -60-120 por hectare, caracterizado numa lavoura com estimativa de 20 s/ha (1.200 kg), com analise folhear do N = 26-30 g/kg, analise de solo com P resina = 0-05 mg/dm³ e K2 0 = 0,8-1,5 mmolc/dm³, conforme indicação recomendada na 2º linha da tabela, temos;
1- Usando adubo de alta concentração como na formula de 20-10-20 a aplicação seria de 600 kg/ha;
1.1- com 2.000 pés/ha = 300 gramas/cafeeiro;
1.2 -com 4.000 pés/ha = 150 gramas/cafeeiro;
2- Usando adubo simples de baixa concentração como na formula 10-05-10 seria aplicado 1.200 kg/ha;
2.1 – com 2.000 pés/ha = 600 gramas/cafeeiro;
2.2 – com 4.000 pés/ha = 300 gramas/cafeeiro.
O quadro com tabelas reproduzido acima facilita a interpretação e recomendação da adubação em função da necessidade real do solo e da cultura. Oportuno agora, quando a região já possui um importante e moderno laboratório de analises de solo inaugurado em Manhuaçu em 25-04-98, fruto do esforço e compreensão das lideranças representadas pelo Sindicato Rural, EMATER, ACARLESTE, Prefeitura Municipal, Fundação Banco do Brasil, etc. em defesa da nossa moderna cafeicultura, visando alta produtividade e melhor qualidade com menor custo de produção do nosso nobre produto, necessário na competição internacional e mesmo na concorrência com outras regiões de Minas e do Brasil.
(06/05/1998) Ruy Gripp
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