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O Ouro e a Prata

No livro “Para que servem os elementos químicos” de Delmo Santiago Vaitsman e outros, encontramos a descrição de cerca de 120 elementos químicos existente na natureza, entre os quais temos o Ouro e a Prata, símbolos de riqueza, metais representando o dinheiro que antigamente era cunhado em moedas de diversos valores.

Ouro – Símbolo químico Au, Número atômico – 79, Massa atômica-196,97; Grupo da Tabla-11; Estado Físico- Sólido; Classificação- Metal de Transição; Estados de Oxidação: +1, +3; Ponto de Fusão: 1064 °C, Ponto de Ebulição: 2807 °C; Densidade: 19,3 g/cm3; Eletronegatividade (Pauling): 2,4; Condutividade Térmica: 320 W/m; 10 de Ionização: 9,225 eV;

OURO (do latim aurum). É conhecido desde tempos antigos. Apenas um isótopo na natureza: 97 Au

Considerado como padrão de riqueza, a procura pelo ouro metálico é antiga. Usado desde a Antiguidade, o ouro nunca foi encontrado em quantidades que chegassem a desvalorizá-lo. A preocupação em obtê-lo pela pedra filosofal foi uma meta tentada pelos alquimistas durante séculos.

O ouro nativo é encontrado em forma de pepitas e em pó nas areias dos rios, em jazidas primárias em filões em rochas quartzíferas, ou outros minérios principais, como a calaverita (telureto de ouro) e silvanita (telureto de ouro e prata). 2/3 da produção mundial atual vem da África do Sul. É recuperado por levigação, por amalgamação ou por cianetação; o refino se faz por eletrólise. Aparece na água do mar, na ordem de 0,1-2,0 mg-tonelada. O ouro refinado no mundo talvez desse para fazer um cubo de 15 metros de aresta. (Nota: volume igual um prédio com 15 meros quadrados de base e uma altura também de 15 metros).

No Brasil, o boom da Serra Pelada, na década de 1980, representou bem a miséria e a ilusão daqueles que buscavam ganhar dinheiro fácil. Atualmente, entre os rios da Amazônia, o Madeira (Rondônia) tem despertado a atenção dos garimpeiros.

O ouro é o mais bonito dos metais, com sua cor amarela típica: contudo, em pó, pode ser preto, avermelhado ou púrpura. É o mais dúctil e maleável dos metais, sendo também um excelente condutor do calor e da eletricidade. Foi usado na cunhagem de moedas e é padrão monetário de muitos países. Joias, confecções de medalhas e recobrimento de contatos elétricos, na indústria têxtil (como fio), fabricação de circuitos impressos e integrados de alta precisão, e o revestimento dos mais variados objetos são outras aplicações comuns.

O ouro puro é mole, mas forma ligas com cobre, prata, níquel, paládio e platina, usados em joalheria, na fabricação de moedas e de medalhas. Com o mercúrio forma amálgama. Ao se ligar a outros metais, usa-se o termo “quilate” pare designar o teor de ouro. O ouro puro tem 24 quilates; o “ouro comum” é de 18 quilates, mais avermelhado devido ao cobre, oxida-se mais facilmente (sendo conhecido como “ouro baixo”). A definição de quilate para o ouro é diferente daquela para o diamante (vide carbono).

A água-régia (3 partes em volume de ácido clorídrico concentrado e 1 parte de ácido nítrico concentrado) tem esse nome porque dissolve rapidamente o ouro, o “rei dos metais”.

Há um mineral, a pirita, (FeS2), que tem a aparência muito similar ao ouro, sendo conhecido como “ouro dos tontos”, Para diferenciar a pirita do ouro, pode-se morder a amostra; o ouro é muito mole e deforma-se, a pirita não.

Na medicina, o ouro elementar foi empregado por séculos como antiprurítico para aliviar o prurido palmar. Nos tempos modernos, quando no estado coloidal, o isótopo 198/97 Au é usado na terapia do câncer. O aurotiomalato de sódio é usado via intramuscular no tratamento de artrite reumatoide.

A intoxicação pelo ouro pode provocar descamação da pele e parece favorecer a instalação de miomas uterinos, do câncer de mama e alterações renais. Na odontologia é usado para restaurações dentarias.

Prata (do latim argentum). É conhecida desde tempos antigos; mencionado no livro de Gênesis.

Prata – Símbolo QuÍmico: Ag; Número Atômico: 47; Massa Atômica: 107,87: Grupo da Tabela: 11; Configuração Eletrônica: (Kr) 4d e 5s1; Estado0 Físico: Sólido; Classificação: Metal de Transição; Estados de Oxidação: +1, +2. Ponto de Fusão: 961,9 °C; Ponto de Ebulição: 2212 °C; Densidade: 10,43 g/cm3; Eletronegatividade (Pauling) 1,9; Condutividade Termica: 430,0 W/m .K; 1 Potencial de Ionização: 7,57 eV.

São dois os isótopos naturais: 107 Ag e 109 Ag. Ocorre nativo, na argetita (Ag2S – sulfeto) e associado ao chumbo e outros metais em seus minérios. Parece que o homem soube separara prata do chumbo por volta de 3.000 anos antes de Cristo. É um metal dúctil e maleável, tendo a maior condutividade elétrica e térmica dos metais. É estável frente ao ar e à agua.

O metal puro é pouco tóxico. Os sais costumam irritar a pele e as mucosas. Na manipulação em laboratório usam-se os equipamentos triviais de segurança, como luvas, máscara e óculos. Convém trabalhar em ambiente com ventilação adequada.

A prata é empregada em joias, e seu uso relevante é na indústria fotográfica (emulsão de brometo de prata – (AgBr). Por muito tempo foi usada como metade cunhagem (moedas). Objetos de prata escurecem devido a ação de compostos de enxofre, formando Ag2S (a prata tem grande afinidade com o enxofre).; isso acontece no contato das pratarias com cebolas, ovos, etc (até o suor ataca a prata lentamente). Para limpeza, os removedores comuns comerciais removem as manchas escuras, mas também removem a prata da peça, aos poucos; um método melhor é imergir a peça num recipiente de alumínio contendo solução de bicarbonato de sódio NaHC03. O alumínio oxida-se, reduzindo a prata a metal sem removê-la da peça.

A prata confere os tons de cinza e preto nas fotos em preto e branco. A prata de lei contém 92,5% de prata e 7,5% de cobre. Ela é ainda usada em pilhas de zinco-prata e prata-cádmio, em circuitos impressos, na produção de espelhos (é o melhor refletor de luz visível). É empregado em soldas e amálgamas dentários. O fulminato de prata é explosível. O iodeto de prata (AgI) é usado na formação de chuva artificial. O cloreto de prata (AgCl) é cimento para vidro.

A prata metálica é germicida, usada em filtros e na fabricação de talheres.

O emprego da prata na medicina tornou-se proeminente depois que Paracelsus sugeriu o seu uso para doenças do sistema nervoso. A sugestão era baseada numa provável relação entre a prata e a Lua e a crença de que indivíduos insanos ou “lunáticos“ estavam sob influência de Luna, o Deus da Lua. Até o final do século XIX, o nitrato de prata ou “cáustico lunar” foi empregado no tratamento da epilepsia. Hoje, o nitrato de prata em bastão é usado externamente no combate as verrugas da pele e, por via interna, no tratamento de gastrites e diarreias.

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